Esta sexta-feira, 21, é um dia especial para os estudantes do primeiro e segundo ano do curso de gastronomia do Câmpus Pirenópolis. Tendo como palco o maior festival de cercejas artesanais do centro-oeste, o Piri Bier, eles apresentam ao público suas primeiras criações: Magalene e Achachairu.
As duas cervejas foram feitas pelas mãos de um grupo de dez estudantes - formado por sete meninas e três meninos, treinados por Ernesto Matias, sócio da cervejaria pirenopolina Santa Dica. Os futuros grastrônomos e gastrônomas trabalharam diariamente por mais de 15 dias, da concepção ao envasamento das cervejas. No primeiro dia de atividades foram mais de dez horas de dedicação às panelas.
Depois de tanto trabalho, é chegada a hora de mostrar o resultado final ao público que visita o Piri Bier. "O processo é cansativo, doloroso, é muito cálculo, você fica horas mechendo panela. Mas, no final, quando você vê ela prontinha, envasada e rotulada, é apaixonante", conta Fernanda França, uma das jovens que se empenhou na produção - e se destacou durante o processo: ela foi uma das estudantes convidadas a se juntarem à equipe da Santa Dica.
Rodrigo Martins, do segundo ano do curso, é mais um dos produtores. "Esse projeto da faculdade me chamou muito a atenção, foi muito bem indicado, e as parcerias responsáveis pela criação também me influenciaram a entrar no laboratório", lembra o jovem.
Projeto histórico
Segundo o grupo, esta é a primeira vez no Brasil em que estudantes produzem cerveja dentro da universidade. A parte teórica da produção de cerveja é estudada com frequência, mas a prática era inédita.
A produção e o resultado, foi possível graças à parceria com Ernesto Matias. "A parceria com a Santa Dica foi muito boa, o Ernesto ajudou muito a gente, desde o começo. Ele forneceu todos os insumos e passou todos os ensinamentos dele com seriedade", destaca Rodrigo. Fernanda também tem elogios para o profesor, "o pessoal da Santa Dica passou muita experiência para a gente. Aprendemos muita coisa com o Ernesto". Ela lembra ainda, que o empresário priorizou o projeto com os estudantes, mesmo no momento de preparar a própria cervejaria para o Piri Bier. A dedicação foi tanta que gerou uma homenagem: a cerveja que será degustada nesta sexta-feira,21, recebeu o nome da mãe de Ernesto, Magalene.
O cervejeiro também teve uma boa experiência atuando como professor. "A intenção era escolher alguns alunos para dar o 'ponta-pé' inicial e colocar o laboratório em uso. A turma começou pequena e foi crescendo", contou. Ele diz que se surpreender com a dedicação dos jovens, "a cerveja é produzida ao longo de vários dias. Todos os dias os alunos estavam lá às 8h da manhã, domingo e feriado. Eu não esperava tanto interesse do pessoal".
Resultados
Além do orgulho e satisfação dos estudantes, o Laboratório de Cervejas já apresenta resultados concretos, como a qualidade do produto criado. Para o coordenador do curso de Gastronomia, Vanderlei Alcântara, esse é o resultado de um longo processo, que agora se torna realidade. "A cerveja Magalene foi degustada pelos juízes da Copa Piri Bier, e foi bastante elogiada. Ela recebeu algumas observações e dicas, mas foi muito apreciada". A diretora do câmpus vê o laboratório como um investimento no mercado turístico regional, "estamos preparando os estudantes para assumirem o mercado de trabalho desse produto". Com a empolgação e boa aceitação das cervejas, é possível que Pirenópolis ganhe novas marcas no futuro próximo. Rodrigo Martins pode ser um deles, "estou pensando em fazer umas paneladas de cerveja, vamos ver o que vira", brinca o estudante.